A Caganita Maluca veio ter comigo, triste.
- Então, filha, o que se passa? Estás triste?
- Sim, sinto a falta de um chupa-chupa.
A Caganita Maluca veio ter comigo, triste.
- Então, filha, o que se passa? Estás triste?
- Sim, sinto a falta de um chupa-chupa.
A Caganita Maluca veio ter comigo. "Mamã... dói-me este dente..." Fui ver e realmente um dos incisivos inferiores tinha a gengiva um bocado inflamada. Toquei-lhe e... abanou! Por um segundo o meu cérebro desligou-se e pensei no que é que a miúda teria feito ao dente. E então caiu-me a ficha.
Ela tem 5 anos. Um dente a abanar é normal.
Ri-me e anunciei-lhe que ela já tinha um dente a abanar e ela ficou tão feliz! Foi a correr ter com os manos para contar a boa nova e eles, num rasgo (raro) de fraternidade, começaram logo a dar conselhos para ela comer sem que lhe doesse o dente. E ela voltou para me dizer que quando voltar ao Jardim de Infância em Setembro os amigos vão dizer que ela já é crescida, e os olhinhos dela brilharam.
E eu fiquei na cozinha, a pensar que é mais uma última primeira vez que vivo com esta miúda. Ainda ontem, podia jurar, lhe nasceu aquele dente. Agora está prestes a cair.
Ter bebés é sempre aquela novidade, tantas coisas novas ao princípio. Depois crescem, e as novidades vão-se espaçando. Depois os irmãos passam por essas novidades de novo, e já não é tanto uma novidade, mas é algo de novo na mesma, porque nunca é igual e é sempre excitante e emocionante.
Mas saber que com ela se fecham estes episódios de vez, que é a última vez que um filho meu perde um dente pela primeira vez... é como se uma parte da minha vida se fechasse também.
Mas...
O Monstrinho está já na idade em que se estão a acabar os dentes de leite. Está prestes a entrar na adolescência e há tantas novidades ainda para viver com ele, e depois com as irmãs. Aventuras novas, fases novas, que eu não conseguiria apreciar estando imersa na fase de um bebé.
Então apertemos os cintos que, segundo a Caganita, ela já é crescida e está pronta para muitas novidades e aventuras e eu vou ter de juntar as poucas energias que me restam para acompanhar esta trupe.