Ela subia e descia as escadas sem parar.
- Olha que ainda cais! - dizia a avó.
Desviei o olhar do fundo da rua onde estava o pai e já só vi os pés dela no ar.
- Pronto! Eu não disse! Eu sabia! (...)
Afastei-os a todos e contornei as escadas para a encontrar de pé, sem uma lágrima, mas com a voz trémula. "Ao menos agarrei-me" disse ela, a fazer-se forte.
Peguei nela ao colo e levei-a para dentro, tentando afastá-la do barulho, do "eu já sabia". O coraçãozinho dela parecia um tambor contra o meu peito.
- Até nos salta o coração do peito! - a gritaria veio atrás de nós, mas eu abraço-a mais forte. Ela não precisa de lições, ela não tem de pedir desculpa.
O maior susto foi o dela.
- Está tudo bem, já passou.
E ela relaxa, agarrada a mim, sem uma lágrima, suspira enfim. Está tudo bem, já passou.
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