13 de janeiro de 2023

Aliança migratória

Uso esta aliança há 15 anos. Na altura servia-me no 4º dedo. Lembro-me que ainda demorei uns dias a habituar-me à sensação de usar um anel. Depois, foi como se sempre lá tivesse estado.
Recentemente apercebi-me que já não me servia. Podia ter mandado alargá-la, mas sendo uma desenrasca, acabo muitas vezes por usar soluções diferentes das mais comuns. 
E a aliança migrou para o 5º dedo.
Faz diferença? Para mim não. Continua na mão, continua a servir-me, apenas fiz uma adaptação.
Em 15 anos mudou muita coisa. O meu corpo foi apenas uma, e nem foi das mudanças mais importantes.
E como a aliança mudou de dedo, muito também teve de ser rearranjado, ajustado, adaptado.
Não foram 15 anos fáceis. Mas continua a valer a pena usar um anel, mesmo que sirva num dedo diferente daquele para o qual foi feito.



7 de novembro de 2022

Momento Zen do Dia #41

 O Xavier no outro dia:
- E pensar que o sal naquele pote na cozinha ainda não acabou desde que eu nasci!

Eu: ...
Pai: ...
Júlia: ...

Bem-vindos ao mundo mágico onde o meu filho vive. 



4 de março de 2022

Momento Zen do Dia #40

 À entrada do Jardim de Infância, falava-se da vontade de ficar em casa em dias de chuva.

Educadora: E tu Ana, preferias estar em casa?

Ana: Eu só vim porque hoje sou a Chefe.

3 de janeiro de 2022

A mãe também lê - Imperial Woman, de Pearl S. Buck

É o primeiro livro de Pearl S. Buck que leio no original em inglês, numa edição de bolso de 1958 que encontrei num alfarrabista. Talvez por isso tenha demorado mais tempo a ler, ou talvez devido às extensas descrições que autora faz ao longo de todo o livro. O que não é mau, atenção! Buck descreve ambientes, pormenores arquitectónicos e de decoração dos palácios, até mesmo personalidades e estados de espírito de um modo cuidado, pormenorizado e, sim, belíssimo. Durante os últimos meses visitei a Cidade Proibida no séc.XIX, na sua imensidão de palácios, jardins e corredores e quase me parecia que por lá vivi. Mas não é só nas descrições que Buck é exímia. Neste livro, pegou numa personalidade histórica, a Imperatriz Tzu-Hsi, e conferiu-lhe a humanidade que normalmente é retirada às pessoas que ocupam altos cargos, especialmente as que tomaram decisões controversas e contestadas. Neste romance, acompanhamos Orquídea, o seu nome de menina, desde que é escolhida como concubina até perto da sua morte. A sua vida foi extraordinária, uma mulher a comandar um mundo em que as mulheres não tinham valor. Mas isso, qualquer wikipédia pode revelar. O que Buck consegue, fiel ao seu estilo, é devolver a Tzu-Hsi as emoções, os medos, as paixões e a tremenda solidão com que qualquer um de nós se pode identificar. Foi uma mulher singular, sim, extremamente inteligente e controladora das suas próprias emoções, ciente da sua beleza e do efeito que esta exercia, que fez uma escolha e a assumiu até ao fim, a muito custo pessoal, mas sempre honesta consigo própria. Mais uma obra belíssima de Pearl S. Buck, que vale a pena ler, apesar de ser tão difícil de encontrar.
Esta review foi também publicada no site Goodreads, em Sónia Pisco's Reviews > Imperial Woman

28 de setembro de 2021

Dia de folga

 Ainda nem acredito. Os três miúdos na escola, até pelo menos às três e meia, o marido no trabalho, a gata alimentada e satisfeita...

Tenho o dia para mim!

Acho que é hoje que vou comprar calças que me sirvam. Já só tenho um par sem buracos, e está no fio. 

Foi um looooongo confinamento.



30 de agosto de 2021

Momento Zen do dia #39

 A Caganita Maluca veio ter comigo, triste.

- Então,  filha, o que se passa? Estás triste?

- Sim, sinto a falta de um chupa-chupa. 

22 de agosto de 2021

Mais uma última primeira vez

 A Caganita Maluca veio ter comigo. "Mamã... dói-me este dente..." Fui ver e realmente um dos incisivos inferiores tinha a gengiva um bocado inflamada. Toquei-lhe e... abanou! Por um segundo o meu cérebro desligou-se e pensei no que é que a miúda teria feito ao dente. E então caiu-me a ficha.

Ela tem 5 anos. Um dente a abanar é normal.

Ri-me e anunciei-lhe que ela já tinha um dente a abanar e ela ficou tão feliz! Foi a correr ter com os manos para contar a boa nova e eles, num rasgo (raro) de fraternidade, começaram logo a dar conselhos para ela comer sem que lhe doesse o dente. E ela voltou para me dizer que quando voltar ao Jardim de Infância em Setembro os amigos vão dizer que ela já é crescida, e os olhinhos dela brilharam.

E eu fiquei na cozinha, a pensar que é mais uma última primeira vez que vivo com esta miúda. Ainda ontem, podia jurar, lhe nasceu aquele dente. Agora está prestes a cair.

Ter bebés é sempre aquela novidade, tantas coisas novas ao princípio. Depois crescem, e as novidades vão-se espaçando. Depois os irmãos passam por essas novidades de novo, e já não é tanto uma novidade, mas é algo de novo na mesma, porque nunca é igual e é sempre excitante e emocionante.

Mas saber que com ela se fecham estes episódios de vez, que é a última vez que um filho meu perde um dente pela primeira vez... é como se uma parte da minha vida se fechasse também.

Mas...

O Monstrinho está já na idade em que se estão a acabar os dentes de leite. Está prestes a entrar na adolescência e há tantas novidades ainda para viver com ele, e depois com as irmãs. Aventuras novas, fases novas, que eu não conseguiria apreciar estando imersa na fase de um bebé. 

Então apertemos os cintos que, segundo a Caganita, ela já é crescida e está pronta para muitas novidades e aventuras e eu vou ter de juntar as poucas energias que me restam para acompanhar esta trupe.



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