12 de dezembro de 2015

Momento Zen do dia #18

Levei o Xavier à missa especial da catequese. Passou o tempo todo a revolver-se no banco, e perguntar quando é que se podia sentar, quando é que acabava, quando é que nos íamos embora.
Quando estávamos a voltar para o carro, perguntei-lhe se tinha gostado de ir à missa. Respondeu-me que sim. Perguntei-lhe que parte tinha gostado mais.
- A parte em que fomos embora.

1 de dezembro de 2015

Momento Zen do dia #17

Ao sair do carro, doeu-me a perna e queixei-me. O Xavier perguntou logo o que tinha.
- Nada de especial. Só me doeu a perna.
- Porquê?
- Olha, porque estou a ficar pesada...
- E velha...

Momentos que me derretem #9

Ao vestir o Xavier depois do banho...
Xavier: Oh mamã! És a melhor mãe do mundo!
Eu: A sério? Mesmo quando ralho contigo?
Xavier: Sim!
Eu: Mesmo quando sou chata?
Xavier: Sim! Vais ser a melhor mãe para sempre. Até ao fim de 2015! Não! De 2100!
Eu: Ena! E se eu não viver até lá?
Xavier: Não faz mal, eu vou ser o melhor pai!

21 de novembro de 2015

Momento Zen do dia #16

Nos desenhos animados: "O meu pai é um grande feiticeiro. Salvou a vida do pai do rei 9 vezes e meia."

Eu: Nove vezes e meia?
Xavier: Sim. Nove vezes e meia!
Eu: Como é que se salva alguém meia vez?
Xavier: Muita prática, mãe, muita prática....

19 de novembro de 2015

A magia das flores e das velas

Eu devo ser a pessoa mais cínica do mundo. Ou do Facebook, vá (o que hoje em dia é quase a mesma coisa...). É que nem as hormonas da gravidez, que me deviam deixar toda chorona e lamechas me fazem achar comovente o vídeo do pai a dizer ao garoto que as flores e as velas o iriam proteger das balas dos terroristas.

É que olho bem para a cara do miúdo e o olhar que ele lança ao pai e só o imagino a pensar. "Estás a brincar, certo?"

O puto é pequeno mas não é burro. As crianças têm uma inteligência muito prática e não me pareceu que esta tenha ficado convencida da magia das flores e das velas. Mas acho que fez a vontade ao pai, tipo: "se tu o dizes..."

Se fosse eu.... olha, se fosse eu dizia aos meus filhos que sim, há pessoas muito más no mundo. Mas também há pessoas boas. Que ajudam os outros. Pessoas que protegeram as que andavam nas ruas naquela noite, que as levaram a casa em segurança. Que acorreram em seu socorro. Que as flores e as velas não protegem, mas mostram que há quem seja bom e que há beleza no mundo.

Os miúdos percebem muita coisa desde muito cedo, há que lhes explicar as coisas de modo simples. Mas sem inventar muito. O mundo já é complicado suficiente para que as crianças tenham de tentar compreender como é que raio uns ramos de flores e umas velinhas os vão proteger de bombas e metralhadoras. Porque se eu dissesse isso ao Xavier, a pergunta seguinte seria: "Como?!"

E aí é que seria o diabo.....

Mas isso sou eu, a maior cínica do mundo. Se há quem seja feliz com unicórnios a cagar arco-íris magia, flores e velas... o que importa é ser feliz.

30 de outubro de 2015

Nomes....

- Alguma ideia de nome para a mana, Xavier?
- Linda.
- Boa. Vamos pôr na lista.
- Linda Fininha.
- Linda Fininha?!
- Pronto, está bem, Linda Larguinha.

14 de outubro de 2015

What's the point?

Na consulta do Centro de Saúde, a médica dizia-me que, caso achasse que o bebé se tinha mexido pouco, podia deitar-me de lado e esperar os movimentos. Comentei que comer algo também dava resultado e ela concordou.

- Mas não é preciso ser chocolate! Há a ideia de que tem de ser chocolate, mas não é preciso.


Como assim, não tem de ser chocolate?! Eu não preciso desse tipo de negatividade na minha vida!

4 de outubro de 2015

Que será?

Pois é, monstrinhos, acabaram-se os segredinhos.

 
 
Mostrem lá o que temos andado a tramar!
 
 


Momento Zen do dia #15

Júlia: Ó mãe, ainda não puseste o estetatine na minha ferida!
Mãe: Diz-se betadine.
Júlia: Pois! Estetatine na minha ferida!
Mãe: Não. Betadine! Diz comigo: Be.
Júlia: Be.
Mãe: Ta.
Júlia: Ta
Mãe: Di.
Júlia: Di.
Mãe: Ne.
Júlia: Ne.
Mãe: Agora: Beta.
Júlia: Beta.
Mãe: Dine.
Júlia: Dine.
Mãe: Betadine.
Júlia: Betadine.
Mãe: Boa!
Júlia: E agora já vais por estetatine na minha ferida?

24 de setembro de 2015

Seis anos...

O Xavier começou a escola esta semana. E também esta semana completou os seis anos.

Vejo-o tão pequenino no meio dos colegas, mas já tão integrado e desenrascado...
Hoje o facebook lembrou-me de uma foto que publiquei por altura do seu 3º aniversário e tinha ainda as feições tão abebezadas...

Ainda é pequenino, mas cresce depressa. Tem dois dentes novos e já pergunta quando vai fazer sete anos. É meigo e carinhoso e faz amigos com tanta facilidade. E eu vejo que ele tem uma vida própria longe de mim e já não é o meu bebé.

Ainda bem. Mas... que saudades. Sei que, como na canção, um dia vai abrir as asas e voar. Espero ainda poder ensinar-lhe como voar bem.






Summertime, and the livin' is easy
Fish are jumpin' and the cotton is high
Oh, your daddy's rich and your ma is good-lookin'
So hush little baby, Don't you cry

One of these mornings you're gonna rise up singing
And you'll spread your wings and you'll take to the sky

But 'til that morning, there ain't nothin' can harm you
With Daddy and Mammy standin' by

22 de setembro de 2015

Se a mãe o diz... 2ª parte

Saímos para a rua de manhã...

Xavier - Está um frio do caraças!

(Glup!)

Júlia - Xim! Um fio do tarachas!

(Ah well! Podia ser pior)

21 de setembro de 2015

Momento Zen do dia #14

- Mamã, quando é que eu vou ser bebé outra vez?
- Oh filha, não podes voltar a ser bebé. Só podes crescer.
- Já estou farta de ser crescida...

A Júlia descobriu a pólvora. Bem vinda ao clube, miúda!

23 de agosto de 2015

Momento Zen do dia #13

A sair de Castelo Branco:
Xavier: Já estamos quase a chegar a Penha Garcia?
Mãe: Não, ainda nem saímos de Castelo Branco!

Um bom bocado mais tarde, ao entrar numa povoação...
Xavier: Isto é Penha Garcia?
Mãe: Não, isto é São Miguel de Acha.

Mais à frente...
Xavier: E agora, já chegámos?
Mãe: Não! Ainda estamos em Proença-a-Velha!

...
Xavier: Penha Garcia?
Mãe: Medelim!
Xavier: Então e ainda falta muito?!
Mãe: Estás a ver aquele monte? Temos de ir à volta e depois chegamos.

Um minuto depois...
Xavier: Já chegámos?
Mãe: Mas tu ao menos ouviste o que eu disse?! Ainda não!

Depois de contornar Monsanto, chegamos finalmente a Penha Garcia. Começamos a subir a encosta e...
Xavier: Onde estamos?
Pai: A sério?! Estamos em Penha Garcia!
Xavier: Ah pois. Tinha-me esquecido...

12 de agosto de 2015

Meu herói

- Mamã, hoje na piscina salvei um gafanhoto que tinha caído na água!
- Foi? Boa!
- Sim! Peguei-lhe assim (mãos em concha) e ele fez-me cócegas (risos) e uma senhora tinha medo dele.
- E tu?
- Eu não! Salvei-o!

Não podia ter melhor motivo para estar orgulhoso.

28 de julho de 2015

Cena acabada de acontecer...

Chegada a casa, estafada, dei o lanche aos miúdos e sentei-me no sofá a descansar.
A Júlia foi à casa de banho e estava a demorar-se. Se eu não estivesse tão cansada, tinha ido ver o que se passava, mas a dor nas pernas mandou-me estar quieta.

Passado um bom bocado aparece-me a monstrinha.
- Mãe, agora não se pode ir à casa de banho, que o chão está muiado.
- Molhado porquê? (imaginei uma inundação)
- Puque estava sujo e eu estive a limpar.
- (glup) Limpaste como?
- Com toaítas.

Lá me tive de levantar para esclarecer o mistério.
Uma parte do chão da casa de banho estava com efeito molhado. Algumas toalhitas na sanita.
- Então como foi que limpaste isto?
- Com toaítas. Moiei-as no balde (que está na banheira) e limpei!

Muito orgulhosa!
A ver se da próxima vez se lembra que lhe prometi um pano para não me gastar as toalhitas todas...

29 de junho de 2015

Se a mãe diz....

Sabem aquela mania que os miúdos têm de nos imitar?

No outro dia tinha mandado a Júlia calçar as sandálias. Um minuto depois, aparece ela a segurar a sandália na mão:
- Mãe! Não consigo enfiar esta méda!

Engoli em seco e tentando não me rir perguntei, com a naturalidade que me foi possível:
- Esta quê, filha?
- Este fio... esta coisa... (não conseguia enfiar a correia na presilha).

Ups...

27 de junho de 2015

O Xavier já começou a perder peças!

E já tem outra para a caminho de a substituir.


Xavier: Mamã, a Leonor disse que a fada dos dentes me ia deixar uma prenda!
Eu: Ai sim? (obrigadinha Leonor...) E o que é que achas que vai ser?
Xavier: Já sei! O Henry [o monstro feliz] ganhou uma monstro-moeda quando lhe caiu uma presa! Mas... nós não usamos monstro-moedas...
Eu: E se for uma moeda normal, pode ser?
Xavier: Sim!!!

No dia seguinte ficou mesmo feliz logo de manhã (bem) cedo, ao descobrir a moeda.

10 de junho de 2015

Isto vai depressa demais....

"Sabes, mãe, já só faltam quatro meses!"
"Quatro meses para quê, filho?"
"Para fazer seis anos."
"Faltam nada! Então... Junho, Julho, Agosto, Set... Oh!"

Dei-lhe um grande abraço para ele não reparar nas lágrimas que me vieram aos olhos.

"Estás a ficar tão crescido..."

7 de maio de 2015

A Pisco

Nos tempos do secundário e da faculdade eu era conhecida pelos meus amigos (e alguns colegas) por Pisco. Por vezes também Pisquito, ou Pisquinho.
Há muitas Sónias da minha idade. Por duas vezes estive em turmas em que éramos 4. "Sónia", chamava o professor. "Qual delas?"
O pessoal foi-me chamando pelo meu apelido e eu fui-me habituando.

O meu "nom de guerre", como dizia um professor em Coimbra.

A Pisco.

Tornou-se de tal modo uma parte de mim que nem mudei de nome quando me casei.

Há quase oito anos que me mudei para esta cidade. Vim para um lugar onde não tinha nada nem ninguém para além daquele que é hoje o pai dos meus filhos.

Aqui sou conhecida por Sónia pela família do marido e pelos conhecidos. Mamã pelos miúdos. Mãe no infantário deles. Terapeuta Sónia no trabalho.

Aqui não sou a Pisco.
A Pisco ficou para trás. E eu sinto a sua falta. Aqui sou a mãe, a esposa, a nora, a fisioterapeuta.
Mas não a Pisco.

Sinto falta de ser só eu. De ter amigos que me conhecem por mim, não pelo papel que desempenho. Essa parte de mim foi com cada um dos amigos. Anda espalhada pelo mundo, na memória deles (espero). E na minha memória, bem lá no fundo, debaixo de camadas de mãe, mulher e profissional.

Mas no fundo ainda sou a Pisco. Ela ainda manda cá para cima postas de pescada, gritos de revolta e respostas sarcásticas que a profissional, a esposa e a nora têm de abafar. Ela ainda gosta de ver desenhos animados, debitar pedaços de conhecimentos e imitar vozes malucas que a mãe filtra e aproveita.

Mas a Pisco livre, essa ficou para trás. A Pisco despreocupada, a geek, a parceira de conversas, canções e banhos de sol já não sei dela.


Tenho saudades de me chamarem Pisco.

4 de maio de 2015

E se...

Inspirada pela Luísa d'A Horta Encantada e a Sofia dos Pais com P Grande, às vezes ponho-me a pensar:

E se eu ensinasse os meus filhos em casa? Era tão bom, descobrir tudo de novo pelos olhos deles, passar o tempo todo com eles, ensiná-los com tempo e respeito pelas suas capacidades e interesses...

Às vezes quase acredito que tenho em mim essa capacidade.


E depois há destes fins de semana prolongados. E... pois, afinal não.

28 de abril de 2015

Dia de novidades

Hoje é só coisas novas!

A Júlia foi brincar, pela primeira vez, para casa do amiguinho M., tipo "play date", estão a ver? Teve de ser, os putos nunca mais se calavam com isso (começam cedo, aos 3 anos...).

Já em casa com o Xavier, fui ver se aquele dente que começou a abanar já se mexia mais e que vejo eu? O definitivo não esperou que o outro saísse do caminho e resolveu furar atrás...

Porra! Os monstrinhos estão a crescer depressa demais!

2 de abril de 2015

31 de março de 2015

Momento Zen do dia #12

Júlia: Queo tóuo do pai! (quero o colo do pai)
Eu: Mas agora está lá o Xavier.
Júlia: Ele tem duas pénas! (não é preciso tradução, pois não?)

9 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher - uma reflexão

Agora que me sento aqui a escrever, está quase a terminar o Dia Internacional da Mulher. Um dia em que se oferecem flores às mulheres e proliferam no Facebook mensagens fofinhas e melosas de homenagem. Coisas como "celebrar o significado de ser mulher", "o privilégio de ser mulher", "parabéns por serem especiais"...
Foi de dar vómitos.
Sim. Vómitos.
Afinal o que significa ser mulher?
Eu digo-vos o que significa: ser parte de metade da população mundial. Isso é ser especial? Se somos assim tão especiais, porque somos tratadas como seres inferiores?
Sim, seres inferiores. Não me venham com essas tretas de que no nosso país, dito "civilizado" as mulheres "são bem tratadas e felizes" A sério?!

Vejamos, é verdade que não estamos tão mal como noutros lugares do mundo, em que as meninas são mortas ou abandonadas à nascença. Sujeitas a mutilação, violência, violação, casamento forçado, negação de educação, cuidados de saúde, justiça, vida.

É por elas que existe o Dia Internacional da Mulher. É por nós também, que no "mundo ocidental", no século XXI ainda somos preteridas no emprego, pressionadas para não engravidar, para não gozar de licença de parto, de aleitamento, despedidas por estarmos grávidas, por termos filhos, trabalhamos tanto ou mais que os nossos colegas e recebemos um salário menor.
Que trabalhamos fora e dentro de casa, e ainda somos os membros do casal que faz a maioria (se não a totalidade) do trabalho doméstico. Que somos criticadas por deixar os filhos na creche para ir trabalhar. Criticadas por deixarmos o trabalho para nos dedicarmos na totalidade aos filhos.
Que somos a grande maioria das vítimas de violência doméstica. De assédio.
Que somos subestimadas apenas por sermos... mulheres.

Este é um dia de luta! Porque os Direitos do Homem são também os direitos da Mulher! E é um dia de comemorar, sim, as mulheres do nosso passado e presente que lutaram tanto e se sacrificaram tanto para que já tenhamos os direitos que temos. O direito de voto. O direito ao divórcio. À educação. Por aquelas que contribuíram para mudar o mundo com o seu trabalho e foram esquecidas, o seu trabalho roubado ou plagiado por... homens.

Não é dia de jantares de mulheres, de flores e de elogios. É dia de ir à cozinha ver se as mulheres que lá trabalham têm condições de trabalho e salário justos. É dia de mudar de atitude e partilhar tarefas. Flores, elogios, ajudas, devem ser todos os dias.

O que é ser mulher? É ser parte da humanidade, de igual para igual, com as nossas características únicas e as partilhadas com os nossos companheiros. É lutar por sermos reconhecidas como tal, nem mais nem menos. E ensinar as nossas filhas e os nossos filhos a lembrarem-se sempre disso.

23 de fevereiro de 2015

Momento Zen do dia #11

Depois do banho, a calçar as meias ao Xavier, pedi-lhe que encostasse os pés à minha barriga (para ser mais fácil).

Xavier: Mamã, a tua barriga parece um insuflável!
Eu: ?
Xavier: Ou um trampolim...
Eu: E porquê? (como se eu não soubesse o que aí vinha...)
Xavier: Porque é saltitona!

17 de janeiro de 2015

Quem tem o quê

Isto de começar o dia na casa de banho com a Júlia a esclarecer quem tem pipi e quem tem pilinha...
Depois de determinar quem tem o quê cá em casa ainda quis saber dos "outros": os avós, os tios, os padrinhos, os amigos...

14 de janeiro de 2015

Momento Zen do dia #10

A A. pergunta à Júlia:
- Fizeste anos, Júlia? Quantos?
A Júlia mostra três dedos.
- Tantos?!
- Não!! Tês!!!

11 de janeiro de 2015

De onde saiu isto?!

O Xavier repete várias vezes:
- Mamã, olha a Violetta! Mamã, é a Violetta! OLHA!

-Está bem! Cala-te e vê a Violetta!

Não acredito que disse isto...

6 de janeiro de 2015

Alguém falou em Inverno?

De manhã saímos para a rua com 0 graus, o carro coberto de gelo e... nevoeiro.
Parecia que se estava a dissipar, e o sol chegou a dar algum ar da sua graça ao longo do dia, mas por volta das 17 horas, estávamos assim:


O frio, esse, continua...

O raio do D. Sebastião já aparecia de uma vez a ver se a porcaria do nevoeiro se vai!
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